English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

José Manuel Guerreiro Santana - Wikipédia, a enciclopédia livre

José Manuel Guerreiro Santana começou a prática das Artes Marciais aos quatorze anos com o Mestre de Karaté Shotokan Luís Cunha, no Ginásio Clube Português, em Lisboa.

sábado, 1 de agosto de 2020

A visão dos japoneses sobre os portugueses

A visão dos japoneses sobre os primeiros portugueses

O primeiro contacto entre japoneses e europeus deu-se na ilha de Tanegashima em 1543, quando um navio chinês com portugueses a bordo desembarcou no sul da ilha. Seriam estes portugueses António da Mota, António Peixoto e Francisco Zeimoto, entre possíveis outros. Eis um excerto do relato:

“A sul de Kyushu, a 18 Ri de distância da costa [70.69 quilómetros], há uma ilha chamada Tanegashima, os meus antepassados viveram aí por gerações e de acordo com uma lenda da antiguidade, o nome Tanegashima, a ilha da semente, deriva do facto de que o número dos seus habitantes, apesar de pequeno, cresceu e prosperou como sementes, que quando plantadas crescem e produzem novas e incontáveis sementes.

Há uns anos atrás na era de Tenbun no vigésimo quinto dia do oitavo mês no outono, um grande navio chegou ao alvorecer na baía de Nishinoura. Ninguém sabia de que país vinha, havia cerca de cem pessoas a bordo, entre eles havia aqueles cujos traços físicos eram diferentes dos nossos e cuja língua não era entendida. Aqueles que os viram acharam eles estranhos. Entre eles estava um erudito da China dos Ming, o seu nome era Goho, mas nada se sabe sobre o seu nome de família. Naquele tempo, o chefe de Nishinoura era Oribenojô que sabia bem chinês escrito e ao encontrar-se com Goho conversou com ele escrevendo na areia com um pau.

“Nós não sabemos de que país vieram estas pessoas a bordo, eles parecem estranhos, não é verdade?”

“Eles são comerciantes dentre os bárbaros do sudeste, têm conhecimento da relação entre superior e inferior, mas nada sabem sobre etiqueta, por isso quando bebem em copo não o oferecem aos outros e quando comem usam os seus dedos e não pauzinhos como nós. Eles mostram os seus sentimentos sem nenhum rebuço e não conhecem o significado dos caracteres escritos. Estes comerciantes têm o hábito de andar de um lugar para o outro trocando coisas que possuem por outras que não têm. Eles não são assim tão estranhos e são até bastante inofensivos”.

Teppo-ki, 1606


Na imagem, um português (provavelmente António da Mota) a demonstrar como se usa a arma de fogo, objeto que despertou grande interesse entre os japoneses, com destaque para o Dáimio da região, o jovem Tokitaka.

Texto: Copyright (c) Nova Portugalidade

  is where my documents live!